Perdas e novidades

Só a perda abre caminho para o novo, e o novo é sempre fascinante. Mas o fascínio depois também se perde, e então eu preciso de um novo novo. E assim por diante. Acontece que sou sempre tentado a iniciar um processo de perda vitoriosa de todo objeto amado, porque em mim existe uma infinita vontade de amar demais aquilo que começo a perder. Para que não ocorra o apego, a massacrante ditadura do apego. Para que a Liberdade não fuja para longe de nós. Então, quanto mais a perda se instala nas minhas relações de amor, mais eu tenho a contraditória certeza de que amo profundamente aquilo que passo a perder.

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Dias de Espanha trata do exílio voluntário de um imigrante brasileiro na Espanha, dias como outros qualquer, sem muita emoçao mais com muita coisa pra contar