Reflexoes

Foi em 2006. Depois disso, muitas coisas aconteceram, boas e más. Um ano que se iniciou com muitas ideias e muito bem de repente se tornou de longe o pior ano de minha vida, até que em um tunel sem saída depois de muito sofrer finalmente um raio de luz começa a dar luz a escuridao. O tempo apaga lembranças indelicadas e dissolve mágoas. Deve ser porque o passado é um conjunto indefinido de memórias fora de foco reunidas com cuidado de relojoeiro zen-brincalhão. Às vezes sinto-me o mais velho e pecador dos homens, outras, parece que acabei de nascer.

O melhor dos últimos anos e para toda la vida: o amor dela. O melhor de Espanha: o carinho de algumas pessoas especiais que conheci nos quase 2 anos em que vivo aqui. O melhor de sempre: o amor da minha família, além da certeza de que deixei um punhado de amigos da vida inteira no Brasil.

Tive que voltar depois de 1 ano e 3 meses, nao vou mentir era uma mescla de apreensao e excitaçao, que aos poucos foi sendo absorvida, foi ai que eu vi que minha propria casa, meu proprio país nao é mais o meu lugar, mas o pior de tudo é que de aquí também nao sou, entao ando sem rumo buscando uma direçao me aventurando em caminhos novos, tenho vivido um dia por semana, sem passado nem futuro eu vivo um dia de cada vez, quantas vezes eu estive cara a cara com a pior metade, quantas vezes a gente sobrevive a hora da verdade, se eu soubesse antes o que sei agora, iria antes do final.